Teste unitário com o SQL Developer

Acaba de ser lançada a versão 2.1 do Oracle SQL Developer. Para quem não conhece, o SQL Developer é uma IDE de banco de dados, focado em Oracle, disponível para Windows, Linux e MAC OSX. Mas também é possível conectar em outros bancos de dados, como por exemplo, MySQL. Por ela você pode gerenciar os objetos do banco de dados, rodar comandos e scripts SQL e editar e debugar comandos PL/SQL.

Na versão 2.1 há uma funcionalidade nova muito interessante: testes unitários.

Com ela é possível:

  • Criar e atualizar testes;
  • Adicionar suítes de teste;
  • Gerar relatórios de teste (ex. cobertura do código);
  • Gerenciar lookups;
  • Gerenciar a preparação e limpeza do ambiente.

A funcionalidade de testes unitários prover um framework para teste de objetos PL/SQL, como por exemplo, funções e procedures, e ainda é possível monitorar os resultados.

O fluxo de criação dos testes é formado por informar os dados do que será testado e qual o resultado esperado, ou seja, muito parecido com o fluxo de qualquer criação de teste.

Interface da funcionalidade de teste unitário

Interface da funcionalidade de teste unitário

Eu ainda não brinquei com esta nova funcionalidade, mas assim que puder informo vocês. Por enquanto, para quem se interessou e deseja saber mais, recomendo baixar o Oracle SQL Developer (é claro) e dá uma olhada neste tutorial (em inglês), explicando como realizar um teste unitário utilizando o Oracle SQL Developer. Segue os links:

Download do Oracle SQL Developer

Tutorial – Performing a Unit Test of Your PL/SQL in Oracle SQL Developer 2.1 (em inglês)

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Fonte:

What is SQL Developer? – Oracle

Oracle SQL Developer 2.1: New Feature List – Oracle

Imagem

Performing a Unit Test of Your PL/SQL in Oracle SQL Developer 2.1 – Oracle

O melhor da semana 20/09 a 26/09

Pessoal,

Segue abaixo, os links para o melhor da semana, espero que gostem:

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6º Encontro do Guru-SP – Eu fui!

Em pleno sabadão, num dia lindo acordo antes das 07:00, e não é para ir para a praia ou coisa do tipo, e sim para ir ao 6º Encontro do Guru-SP. 😀

Mas que “diacho” de encontro é esse Fabrício? Você foi consultar um guru espiritual?

Guru Ram Das, o 4º Guru da religião Sikh

Não, não (rsrs). O Guru-SP é esse daqui:

GURU SP

Hmmm… agora entendi. Mas o que você foi fazer num encontro de usuários de Ruby? Você programa em Ruby?

Não (mas depois de hoje fiquei com mais vontade ainda de aprender).

Um dos motivos para ter ido ao encontro foi o tema “Testes Automatizados” dele. Não tem jeito, colocar a palavra “teste” no tema de um evento, é mais efetivo do que falar que vai ter coffee break, para me fazer participar.

rsrs… que atitude nerd, perder um dia lindo desse, para ir num evento só por causa que vai falar sobre testes.

Que isso, olha o preconceito. Não é todo dia que você tem a oportunidade de participar de um evento sobre testes, onde que ia falar não atua na área de Teste de Software ou QA, e sim o pessoal do “lado negro da força” (“brincadeira minha, não é falando mal!”).

Interessante mesmo! Quem organizou o evento?

O 6º Encontro do Guro-SP foi organizado pelo Rafael Rosa, com o apoio da GoNow (local do encontro), Voice Technology (empresa na qual trabalho), O’Reilly e Ruby Inside Brasil, além é claro do Grupo de Usuário Ruby de SP.

E como foi o formato do encontro?

Foi no formato de mesa redonda (muito bom!), o pessoal da mesa ia falando sobre vários temas, que foram votados antes pelo pessoal que participou do encontro. Os debatedores foram:

  • Anderson Leite
  • Cássio Marques
  • Diego Carrion (não pode comparecer)
  • Fabio Kung (não pode comparecer)
  • Jorge Diz (o Jorge será o palestrante do 6º Encontro Mensal da ALATS-SP, a ser realizado nessa quarta-feira)
  • Ricardo Yasuda
  • Thiago Scalone

E o encontro foi dividido em duas partes, a primeira estimado das 10:00 ao 12:00 e a segunda das 12:30 às 15:00.

Da hora, a primeira parte como foi?

Ela começou com quase uma hora de atraso, com o Rafael Rosa falando sobre o encontro e como seria feito esse. Logo após, o pessoal já começou a “descer a lenha” falando sobre “Por que testar”, e pude perceber que a galera é bem comprometida como a realização dos testes, eles levam a sério mesmo e entendem as razões de porque testar.

Os debatedores também contaram experiências que tiveram fazendo BDD com o Cucumber e realizando testes de interface com o Selenium, por exemplo. Esse foi um ponto muito positivo do evento, ficou claro que os debatedores fazem o que eles falam, e puderam compartilhar experiências bem interessantes com o público. E a interação do público foi muito boa também, várias pessoas contaram os cenários que vivem, e também algumas dificuldades que tem em realizar os testes:

  • Tempo: projetos com prazos para ontem. Na minha opinião, realizar testes, principalmente na fase de desenvolvimento é uma prática que gera efeitos não tão bons a curto prazo, mas que a médio e longo prazo, se mostra essencial! Porém, como vivemos numa geração imediatista, muitas vezes as pessoas tem dificuldade em entender isso.
  • Complexidade: a criação de testes em sistemas complexos é um desafio maior ainda, às vezes pode ser mais difícil do que a própria implementação.
  • Sistemas legados: se dá uma manutenção em um sistema legado já é uma missão de embrulhar o estômago, imagine só criar testes para ele. Uma solução legal, comentada pelo pessoal e colocada em prática é realizar testes em nível de sistema, utilizando o Selenium por exemplo.

O Jorge Diz lembrou que a área de Teste de Software, costuma vir no reboque quando se usa metodologias frágeis (tradicionais). Mas usando metodologias ágeis o Teste de Software é incentivado, as novas técnicas já trazem na sua essência o pensamento de testar. Aliás, um exemplo disso é o uso de programação em par, onde uma pessoa já está revisando o código (lembrando que revisar é uma forma de testar).

Sobre o uso de BDD e TDD, o Anderson Leite disse que antes de partir para o uso delas, as pessoas precisam primeiro adquirir o hábito e prática de testar, só depois que já tiverem maduras podem começar a usar o BDD e TDD.

O Cássio Marques contou um pouco da sua experiência com linguagens de comparação, comparando no quesito de facilidade de testar. E disse que escrever testes em C e C++ é bem difícil, em Java também é meio enrolado. Já em Ruby é bem mais fácil. Podemos dizer que Ruby tem uma melhor “testabilidade”, que as outras, ou seja, se você é desenvolvedor Ruby e não testa, então você tem uma desculpa a menos para usar. 🙂

Um ponto importante discutido foi que se você testa, você não pode se dar ao luxo de deixar de testar uma funcionalidade, pois poderá resultar na velha história da janela quebrada.

Para terminar a primeira parte, houve uma demonstração do uso do Cucumber pelo Anderson. A minha primeira impressão foi que pareceu mágica o que ele fez (rsrs), ele escreveu os testes usando TDD e gerou o código usando o Scaffold de um cadastro de participante que tinha os campos nome e e-mail. Achei bem legal a demonstração, o Cucumber é uma ferramenta muito legal, nela você cria o teste como se estivesse criando uma caso de teste, segue abaixo um exemplo:

Exemplo de teste feito para o Cucumber

O Cucumber utiliza por default o Webrat, porém também é possível realizar o teste usando o Selenium RC, basta passar como parâmetro. O interessante do uso do Webrat é que diferente do Selenium, ele simula o navegador, rodando em background, ou seja, é muito mais rápido que o Selenium RC, porém tem a limitação de não conseguir testar javascript.

E depois do “rango”,  a segunda parte foi no mesmo nível que a primeira?

Depois do excelente coffee break, o Jorge Diz passou vários slides explicando a teoria de testes, abordando desde as escolas de teste até sobre os tipos de dublês. Essa parte fugiu um pouco do formato de debate, mas logo o Rafael Rosa retomou o formato, estimulando uma discussão sobre mocks e o perigo de “engessar muito” utilizando eles.

Do debate sobre mocks, o pessoal chegou a seguintes conclusões:

  • Se você está “mockando” muito, pode ser um sinal que a sua classe está fazendo mais do que ela deveria fazer. Então REFATORE;
  • Sempre tente modularizar ao máximo a sua aplicação, nada de ter uma classe “sistema”;
  • Os dublês em geral, devem ser usados sempre para resolver uma dependência.

Um assunto interessante abordado na apresentação do Jorge, foi como deve ser a pirâmide dos testes, de acordo com o nível:

TestingPyramidMas o que ocorre, geralmente, sem essa cultura de que desenvolvedor também testar, é uma inversão dessa pirâmide, ou seja, não há quase nenhum teste de unidade e integrado realizado, e muitos testes de sistema feitos pelo pessoal de Teste de Software.

E ainda houve mais duas práticas, uma com o Thiago Scalone mostrando o Selenium IDE e o RC. E depois mais uma com o Anderson apresentando o RSpec (o JUnit do Ruby)

E o que você achou? Pelo jeito deve ter sido ótimo, afinal além de falar de testes deve coffee break na faixa.

Excelente encontro! Comprovou que é mito essa história que desenvolvedor não testa, eles testam sim, e até melhor do que muito testador que tem por aí. E Ruby é uma linguagem que oferece uma “testabilidade” incrível, as ferramentas que existem são muito boas, e ajudam desde o teste de nível unitário até o teste de nível de aceite. E essa brincadeira que faço sobre “lado negro da força”, em breve ficará sem sentido, pois os testes estão se tornando cada vez mais uma tarefa inerente ao desenvolvimento.

Para encerrar o post, parabéns a todos que participaram, e principalmente, ao Rafael Rosa, pela excelente organização!

Para saber mais sobre o 6ºEncontro acesse a wiki do Guru-SP:

http://guru-sp.com/index.php/Sexto_Encontro

E para saber sobre os próximos encontros acompanhe o Ruby Inside Brasil:

http://www.rubyinside.com.br/

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guru espiritual

Como testamos o Basix? – Introdução

Após mais de 100 posts escritos, chegou a hora de falar um pouco sobre algumas experiências que passei, de forma mais detalhada. 😀

E para começar nada melhor do que contar uma das mais interessantes e desafiadoras: o Basix (em japonês aqui).

Assistindo o vídeo abaixo, já dá para perceber um pouco, porque disse que é um desafio e também irá facilitar o entendimento do post 😉

Agora vamos analisar melhor o cenário e as características do projeto, com a visão de Teste de Software:

  • Em 2005 o mundo era diferente: o projeto teve início em 2005, e naquela época não tinhamos nenhum time de testes na empresa (eu nem trabalhava na Voice), além disso, na época Teste de Software não era tão comentado como é hoje, mal haviam publicações brasileiras sobre a área, para ter idéia nem o DFTestes existia;
  • É uma solução IP-Centrex: contratar pessoas para testar um sistema Web é uma coisa, agora contratar pessoas para testarem um PABX IP, utilizando SIP e num ambiente Linux, é algo muito mais complicado;
  • A complexidade do projeto é muito alta: como foi dito no vídeo “O Basix faz tudo que um PABX comum faz”, mas na verdade o Basix faz muito mais do que um PABX faz. Além das funcionalidades de call control, há um sistema Web, onde é possível realizar as configurações do sistema. Isso sem falar sobre a parte de alta disponibilidade e performance, essa merece um post exclusivo;
  • Se testar já é difícil, imagine gerenciar: gerenciar a área de testes não é uma missão fácil por vários motivos:
    • Prazos apertados;
    • Falta de conhecimento dos integrantes do time;
    • Versões em paralelo;
    • Versões com muitas funcionalidades e correções.
  • Ambiente de teste: o ambiente da produção possui equipamentos muito caros, que não são possíveis de ser adquiridos para o ambiente de teste, além disso, há diferenças entre a infra-estrutura dos dois sites (Brasil e Japão);
  • Automatização dos testes: automatizar os testes é a atitude ideal para as características do projeto, porém qual ferramenta eu posso utilizar para automatizar uma transferência cega com REFER, por exemplo?
  • O desenvolvimento do projeto é incremental: nada de testar só no final do projeto, o time de testes começa a trabalhar desde as primeiras reuniões de definições do escopo;
  • Alta qualidade: a Brastel, parceira e cliente, é uma empresa japonesa, e o fato de ter sido fundada por brasileiros, não alivia nem um pouco a expectativa e cobrança pela qualidade do Basix.

Por hoje é só pessoal. Contei por enquanto apenas os desafios, nos futuros posts irei falar como lidamos com eles, ou seja, a parte mais interessante. 🙂

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O melhor da semana 13/09 a 19/09

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Teste de Software em 2050

Já ouvi várias pessoas dizerem que a área de Teste de Software começou a crescer e ser reconhecida depois do bug do milênio. Naquela época, eu cursava a 6ª série do ensino fundamental, mas lembro de ter ouvido e lido a respeito de tal bug, até lembro que tinha feito um teste (hehe) com o videocassete de casa, alterando a data para ver se ele seria afetado pelo bug do milênio ou não.

Bem, mas o intuito do post não é ser uma sessão nostalgia, e sim refletir sobre o momento em que ficou claro que testar um software é uma tarefa fundamental durante o desenvolvimento do mesmo, e também mostrar um vídeo que nos faz imaginar como serão os software em 2050, 50 anos após o bug do milênio.

Boa parte das pessoas tem a cultura de agir de forma reativa. Um bom exemplo, foi a insegurança existente na Fórmula 1 até 1994, que causou diversas mortes, e que só a morte de Ayrton Senna, vez com que os responsáveis pelo circo da F1 percebessem que a segurança do piloto é fundamental. E graças as mudanças ocorridas, melhorando a segurança das pistas e dos carros, depois daquele 1º de maio a F1 não teve mais nenhuma morte.

Outro bom exemplo, é o aquecimento global, que todo mundo já ouviu falar, muitos tem consciência de seus efeitos, mas poucos tomam medidas para ajudar a diminuí-lo. E infelizmente, só quando os efeitos forem mais fortes do que já são, iremos tomar providências para combater efetivamente esse problema.

Agora voltando ao mundo dos softwares…

Durante o desenvolvimento do software, testar não era uma tarefa muito comum. No entanto, a partir do ano 2000 essa história começou a mudar. Para evitar a ocorrência do bug do milênio, as empresas tiveram que gastar milhões, e ficou claro o quanto um software não testado ou mal testado está mais propenso a ter bugs e a gerar prejuízos. De lá para cá , houve um grande crescimento da área de Teste de Software, tanto que hoje é possível encontrar bons livros até em português, falando sobre essa área que antes só existia de forma informal nas empresas.

Para ter idéia da informalidade que existia nas empresas (ou talvez, ainda exista em algumas), um profissional de TI, com longa experiência na área, me disse uma vez, que antes quem testava o software era os estagiários de programação, e lá no final, quando o software já estava sendo finalizado.

Hoje, muitas empresas já tem profissionais capacitados e dedicados só para o teste de software e as suas atividades iniciam junto com as do desenvolvimento do software. Além disso, temos até fábricas de Teste de Software, mostrando que testar um software é uma tarefa que está sendo levada a sério por muitas empresas.

Para encerrar e justificar o título do post, deixo abaixo o vídeo (a inspiração para esse post), que mostra um teste de segurança, feito por um dos mais respeitados institutos de segurança automotiva do mundo, o IIHS dos Estados Unidos, comparando a segurança de um Chevrolet Bel Air 1959 (o primeiro aprovado pelos testes do IIHS), contra um Chevrolet Malibu 2009 (o mais recente avaliado):

E como dizem “toda ação tem uma reação” e a ação de testar tem a reação de garantir e melhorar a qualidade. E como com o passar dos anos ficamos mais exigentes, acabamos precisando de cada vez mais testes. Afinal, o que você acha mais fácil de testar um Motorola Microtac ou um iPhone?

Motorola - Microtac X Apple - IPhone

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P.S.: Espero poder fazer, em 2050, um post relatando a melhoria na qualidade dos softwares alcançada com a ajuda dos testes, comparando com a do ano 2000. 😀

O melhor da semana 07/09 a 12/09

Pessoal,

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Certificação SEI Capability Maturity Model Integration (CMMI)

6º Encontro Mensal da ALATS-SP

Pessoal,

O tema do 6º encontro mensal, promovido pela ALATS-SP, será “Agile e Scrum – O Tsunami da Agilidade na Praia dos Testes: Novos Modelos, Novas Ferramentas”, apresentado pelo Jorge Diz, Mestre em Engenharia Elétrica e Bacharel em Ciência da Computação, ambos pela UNICAMP.

Acredito que será uma excelente oportunidade para compreender melhor a influência que as metodologias e práticas ágeis podem ter na nossa área, assim como trocar experiências sobre o assunto.

Segue abaixo, maiores informações sobre o encontro, retiradas da página da ALATS-SP:

Data: 30 de setembro (quarta-feira)
Horário: 18:30 – 22:00
Local: Av. Paulista, 726 – 17º andar conj. 1707D – próximo a estação de metro Brigadeiro

Objetivo:

Aumentar o contato entre profissionais da área de Teste de Software e Garantia da Qualidade, bem como estimular a troca de conhecimentos, experiências e práticas de sucesso.

Tema do Encontro:

Agile e Scrum – O Tsunami da Agilidade na Praia dos Testes: Novos Modelos, Novas Ferramentas.

Conteúdo:

O modelo de desenvolvimento ágil sacode muitas das confortáveis premissas nas quais se baseava o desenvolvimento de sistemas até poucos anos atrás. A gestão da qualidade de software em geral, e as disciplinas de teste em particular, passam a ser afetadas substancialmente por este novo modelo:muda a inserção do profissional de testes dentro do processo, muda a importância relativa das técnicas de teste, muda a forma e o foco da gestão.

Novos focos e novas necessidades inspiram novas ferramentas. Paradoxalmente, coube aos desenvolvedores ágeis investir grande esforço em ferramental específico para testes e qualidade, mas os profissionais de testes e qualidade não têm participado ativamente deste processo.

Na primeira parte desta palestra, serão apresentadas as premissas do teste de software num contexto ágil, discutindo
como as mudanças do modelo afetam o perfil do profissional de testes do ponto de vista da gestão, da adoção da automação, das novas capacidades e habilidades necessárias, e dos papéis dentro da organização de desenvolvimento.

Na segunda parte, serão apresentadas novas ferramentas de teste originadas na comunidade ágil para suportar as necessidades de teste automatizado: bibliotecas para teste unitário, dublês de teste, (acceptance-)test-driven development, behavior-driven development, arquiteturas para favorecer a testabilidade, linguagens específicas de domínio e inserção do teste automatizado na integração contínua.

Agenda:

18:30 Credenciamento e networking entre os participantes
19:00 Início da palestra
20:00 Coffee break e networking
20:30 Continuação da palestra
21:30 Espaço aberto para discussão de temas da ALATS e da comunidade de Qualidade de Software em geral
22:00 Encerramento

Palestrante:
Jorge Diz, Mestre em Engenharia Elétrica e Bacharel em Ciência da Computação, ambos pela UNICAMP.

Consultor com mais de 25 anos de experiência em tecnologia da informação, abrangendo desenvolvimento, testes, requisitos, liderança de projetos, pesquisa tecnológica e ensino. Atuou principalmente nos setores financeiro e de telecomunicações, em grandes empresas.

Começou a trabalhar com testes em 1994 e a estudar metodologias ágeis em 2000. Apresenta frequentemente palestras sobre tecnologia Java, testes e metodologia em eventos técnicos e acadêmicos, incluindo várias edições do JustJava e XP Brasil. Foi responsável pela trilha de metodologias no TDC (The Developers´ Conference) 2008 em São Paulo.

Atualmente é instrutor na Globalcode, onde se especializou em treinamento de teste de software baseado em ferramentas open source para times ágeis. Possui as certificações CSM, SCJP e SCWCD.

Inscrições:

– Associados ALATS: R$ 25,00
– Não Associados: R$ 30,00

A participação na palestra Vale 3 PDTS para a renovação da CBTS
Reserve pelo e-mail sp@alats.org.br

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Para que testar?

Antes de trabalhar com Teste de Software, eu nem sabia que existia essa área, e acredito que mesmo com o crescimento que a nossa área teve nos últimos anos, ainda há muitas pessoas que não devem ter conhecimento que uma das áreas necessária para o desenvolvimento de um software é a de Teste de Software. E falo isso, principalmente pensando nos jovens que estão se formando nas faculdades, pois eu mesmo não tive uma matéria sobre Teste de Software na faculdade e muito menos praticava TDD nas muitas aulas que tive de programação, passando desde Pascal até Java. E olha que não faz tanto assim que me formei, para ser mais preciso irá completar 1 ano no final de dezembro desse ano.

Vários outros amigos meus, que estudaram em outras faculdades não tiveram tal matéria na grade do curso. Costumo até brincar com o pessoal falando que na faculdade eu só aprendi o que é teste de caixa branca e caixa preta, e foi isso mesmo. Não me disseram que existia uma área que poderia ser responsável pelos testes, quando é necessário testar, como testar, como escrever um caso de teste, como realizar o planejamento, quais técnicas posso usar, e tantas outras dúvidas que tive quando iniciei na área.

E com certeza, essa pergunta “Para que testar?” pode gerar muitas respostas diferentes, dependendo do ponto de vista e do conhecimento da pessoa. E uma das formas de responder essa pergunta, eu usei aqui nesta apresentação. Mas desta vez vou usar uma outra abordagem para falar sobre o assunto, trazendo algumas questões que ajudam a explicar a razão pela qual é necessário testar um software.

Se o software compilou ele está funcionando, então pronto!?

Esse pode ser o pensamento de muitas pessoas, principalmente, daqueles estudantes que nunca ouviram falar em Teste de Software. A compilação de um programa até pode ser vista como a realização de um teste de caixa branca, afinal o compilador irá verificar se não há nenhum erro no código, por exemplo sintaxe, que impeça dele ser compilado.

Mas a compilação por si só não garante que o software esteja funcionando.

Como assim?

No mundo dos projetos de desenvolvimento de software há o famoso escopo, que especifica o que o sistema deverá fazer e o que o mesmo não deverá. E é esse documento que será o referencial do cliente quanto ao seu sistema, se ao entregar o software, algum item do escopo não tiver sido implementado, “coisas horríveis irão acontecer”.

E um dos objetivos do Teste de Software é justamente verificar se tudo que está especificado no escopo foi implementado. Tanto que ele é um dos documentos usados pelo Analista de Teste para poder originar os casos de testes, que serão executados pelos testadores.

O que aconteceria se um software não fosse testado?

Como diria um professor meu “coisas horríveis irão acontecer”. Afinal, a primeira pessoa que irá testar o seu sistema serão os clientes e usuários, e caso eles encontrem alguma inconformidade no seu sistema, o que é bem provável pensando num software que não foi testado, eles não ficaram nem um pouco satisfeitos e o preço pela inconformidade poderá ser muito alto, principalmente nos casos em que há multas contratuais.

Além disso, sistemas que não são testados em fase de desenvolvimento, costumam passar uma boa parte da sua vida pela equipe de manutenção e de suporte. Ou seja, o retrabalho gerado por um software não testado é muito alto!

Todos os softwares são testados?

Todos os softwares deveriam ser testados, mas na realidade poucos são os softwares que são testados de forma efetiva. E um dos motivos principais para que haja necessidade de ser testar algo (em qualquer realidade) é o fato que somos seres humanos, ou seja, estamos sujeito ao erro. Afinal errar é humano!

Há muitas desculpas que fazem com que um software não seja testado, dentre as principais estão:

  • Excesso de confiança dos desenvolvedores;
  • Falta de tempo para o Teste de Software;
  • Não há a cultura de realizar testes;
  • Não há pessoas capacitadas para executar os testes;
  • Desconhecimento da importância do Teste de Software;
  • Os custos com os testes não foram colocados no custo do projeto;
  • Etc.

O que é esse tal de TDD?

Comentei no começo do post sobre TDD, uma tendência muito forte no desenvolvimento do software é que já realidade em várias empresas no Brasil e no mundo. TDD é o acrônimo para Test Driven Development, que em bom português é Desenvolvimento Orientado a Testes.

A idéia é bem simples: antes de partir para o desenvolvimento da funcionalidade você irá escrever testes para ela. Isso mesmo, antes de desenvolver a funcionalidade, você irá desenvolver testes que verifiquem e validem a funcionalidade que será desenvolvida.

Daí você pode está se perguntando, mas como eu farei isso? Há alguma ferramenta que facilite esse trabalho?

Há sim, os chamados frameworks/arcabouços xUnit. Eles permitem que você desenvolva testes, chamados de testes unitários, para as diferentes unidades do seu sistema, como por exemplo funções e classes. Além disso, uma grande vantagem desses frameworks é que eles permitem que você execute os testes de forma automática.

Lembra que eu falei que quando você compila você está apenas verificando se o código que você escreveu é compilável, pois então, usando por exemplo o JUnit, um framework para Java, é possível fazer com que ao compilar o seu código os testes que você criou também sejam executados. Ou seja, você também está testando o seu software e ainda de forma automatizada! 🙂

Muitos entusiastas no TDD dizem que os testes automatizados acabam tornando-se uma documentação viva do sistema, e eles estão corretos. Num cenário com testes automatizados, sempre que for necessário realizar uma mudança, ela ser feita com tranquilidade, pois você poderá verificar se a mudança implementada não quebra nada no seu código ou não está de acordo com a documentação, apenas tendo o trabalho de apertar o botão “play” para execução dos testes criados anteriormente.

Mas lógico que para que o TDD possa trazer bons resultados os testes tem que ser bem desenvolvidos, de nada adianta criar um teste que não testa nada. E não pense que usando TDD, você não precisará realizar mais nenhum teste, pois você só está executando os testes unitários, há ainda os testes de integração, sistema e aceitação. 🙂

Conclusão

Testar um software deve ser uma tarefa comum, durante o desenvolvimento do software. Pois é uma forma de aumentar a qualidade do software, a credibilidade da empresa com os seus clientes e maximizar o lucro da empresa. Além é claro, de ser uma das práticas de empresas profissionais, que objetivam entregar uma solução que resolva os problemas dos seus clientes e não uma solução que gere mais problemas para eles.

Além disso, testar não é uma tarefa que deve ser feita só no final do desenvolvimento, até porque, podemos testar antes mesmo de desenvolver. Portanto, devemos buscar usar e conhecer as melhores práticas no nosso trabalho, dentre as quais testar é uma prática essencial. 😉

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O melhor da semana 30/08 a 06/09

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