O nono encontro mensal realizado pela ALATS-SP teve a participação do Claudio Schoeps, palestrando sobre “X-Zone – Framework de Teste Open Source” e ocorreu na Globalcode (Paraíso).
Eu tive o prazer de participar desse encontro e a seguir compartilho as minhas impressões sobre o mesmo. 🙂
O José Correia, diretor da ALATS-SP, iniciou o encontro com a posse dos novos Diretores Regionais Adjuntos no mandato 2010, que assumiram o compromisso de trabalhar de formar voluntária em pró do crescimento e aperfeiçoamento da área de Teste de Software e Garantia da Qualidade.
Na sequência o José passou a palavra para o Claudio Schoeps, mas antes fez uma importante observação sobre o X-Zone, falando que é um produto criado no Brasil e por um brasileiro, o Alexandre Bartie, é nós brasileiros devemos ter mais consideração com o que é criado aqui no Brasil, ao invés, de ter o pré-conceito de que tudo é de fora é melhor do que o que é produzido aqui.
Primeira parte
O Claudio começou a palestra falando um pouco da história do X-Zone, que nasceu de um sonho do Alexandre Bartie, e cujas primeiras versões eram utilizadas por ele nas empresas em que atuava, e assim com o passar do tempo foi evoluindo-o.
Quando o X-Zone foi lançado no mercado ele era comercializado, porém o Alexandre percebeu que se ele fosse distribuído de forma gratuita, ele teria um maior uso. Aliás, aqui cabe um parênteses a respeito do título da palestra, até onde eu sei, o X-Zone é distribuído de forma gratuita, porém não é open source, pois o código dele não está liberado para download (só agora percebi esse erro no nome da palestra rs).
O X-Zone não é apenas uma ferramenta, ela também traz em si um processo, segundo o Claudio, tanto que abrange toda a área de Teste de Software, conforme imagem abaixo (retirada da apresentação disponibilizada pelo Alexandre Bartie).
O Claudio foi bem sincero a respeito de como está o X-Zone hoje, falando que ele ainda não é completo, mas o básico (arroz com feijão) funciona bem. Mas precisamente, atualmente o X-Zone atua bem no caminho crítico do processo de Teste de Software, que como podemos ver na figura acima, compreende as atividades de preparação de ambiente, processamento dos testes e a análise dos resultados.
Na sequência foi falado sobre o porquê de investir em um framework de teste, onde o Claudio apresentou os seguintes motivos:
- Redução de retrabalho;
- Controle da terceirização do desenvolvimento;
- SLAs de Qualidade;
- Amadurecimento da concorrência;
- Reforço da cultura de qualidade;
- Melhoria da imagem institucional da empresa em relação ao seus clientes;
- Metodologia para aumentar a confiança sob o produto produzido;
- Redução do impacto das mudanças.
E o Claudio ainda apresentou os benefícios em relação a produtividade e o custo:
- Produtividade
- Redução do ciclo de desenvolvimento, atendimento dos serviços de testes sem impor gargalo as demais etapas;
- Gerenciamento de riscos com detecção antecipada de defeitos, durante a construção do aplicativo;
- Mudança cultural e comportamental sobre as práticas de desenvolvimento de software;
- Redução de prazos e aumento da satisfação do cliente.
- Custo
- A Busca pela Excelência exige uma maior cobertura possível dos cenários de testes, o que cria a necessidade de automação;
- Um sistema pode possuir de 100 a 500.000 situações diferenciadas de negócios;
- Redução de custos por caso de teste.
O palestrante disse que hoje o X-Zone é uma realidade em três empresas:
- Mega Sistemas (na qual o Robson Agapito trabalha);
- BDS;
- E um banco pequeno que o Claudio não pôde divulgar o nome.
Não há ainda cursos, manuais, tutoriais, etc sobre o X-Zone e ele não é tão simples de ser usado, o que exige coaching. No momento apenas o Claudio presta consultoria do X-Zone, e ele disse que a consultoria acaba saindo mais barata, do que se o profissional fosse tentar aprender a usar o X-Zone sozinho, uma vez que ele irá gastar muito tempo e seria mais fácil se ele tivesse alguém ao lado, para poder guiar o seu trabalho.
Antes de fazer a pausa para o coffee break o palestrante mostrou um sistema que na segunda parte seria testado utilizando o X-Zone com o TestComplete.
Segunda parte
Após o coffee break, que mais uma vez muito bom para poder conhecer o pessoal, o Claudio focou na apresentação de uma demostração de uso do X-Zone, mostrando:
- Mostrou o X-Zone User Desktop, onde é feita toda parte de gerenciamento;
- O cadastro das funcionalidades a serem testadas e os detalhamento do campos que serão preenchidos, informações essas que são usadas depois para gerar sugestões de casos de testes;
- Exportação e importação de dados usando o Excel;
- Criação de uma bateria de teste automatizada;
- Execução da bateria de teste feita com o X-Zone Services Agent (outro módulo do framework);
- A integração com outras ferramentas, na demonstração foi mostrada a integração com o TestComplete.
Ou seja, o X-Zone tem funcionalidades bem interessantes.
Conclusão
Na minha opinião, o X-Zone pode ser uma boa opção dependendo da sua realidade e necessidades. Ele é uma solução bem abrangente, focada na automação dos testes e no gerenciamento do processo de Teste de Software, mas como o Claudio disse, no momento ele faz bem a parte de gerenciamento, mas a automação feita com o uso de um robô ainda está beta.
Se você está buscando o ferramenta para automação e gerenciamento do processo de Teste de Software, recomendo você baixar o X-Zone e fazer uma avaliação, aproveite que a versão atual é gratuita para avaliar todo o potencial da ferramenta e analisar se ele se encaixa bem para as suas necessidades. 🙂
Mais uma vez o encontro mensal da ALATS-SP foi bem legal, deu para sair com uma noção bem melhor do X-Zone (eu já tinha brincado uma vez com ele, mas não tinha entendido muito rs), e ainda conhecer pessoas que só conhecia por troca de e-mails.
Aproveitando, parabéns ao Claudio pela palestra e ao Alexandre Bartie pela iniciativa e coragem de criar um framework, que visa facilitar e tornar mais efetivo o nosso trabalho.