Continuamos falando sobre as piores práticas de projeto, mais uma vez com o intuito de alertar e prevenir tais práticas:
Telefone sem fio – a comunicação é essencial não apenas para a sobrevivência do ser humano, mas como também para a dos projetos. Portanto, devemos estar sempre nos perguntando se a informação está sendo gerada, coletada, documentada e passada para a pessoa certa. Segundo o PMI há quatro processos de gerenciamento das comunicações:
- Planejamento das comunicações – determinação das necessidades de informações e comunicações das partes interessadas no projeto.
- Distribuição das informações – colocação das informações necessárias à disposição das partes interessadas no projeto no momento adequado.
- Relatório de desempenho – coleta e distribuição das informações sobre o desempenho. Isso inclui o relatório de andamento, medição do progresso e previsão.
- Gerenciar as partes interessadas – gerenciamento das comunicações para satisfazer os requisitos das partes interessadas no projeto e resolver problemas com elas.
Eu quero eu posso – Essa é uma prática muito natural, sempre achamos que basta querer para poder realizar ou obter algo. Em projetos devemos avaliar o quanto de esforço que ele demandará e se o time está preparado, caso contrário o projeto terá grandes chances de sofrer atrasos, aumento de custo ou até fracassar. Um exemplo dessa prática foi o Pan de 2007, o maior evento poliesportivo já realizado no país, onde devido a falta de preparo dos realizadores e a problemas políticos o orçamento final ficou 1.289% a mais do que estava previsto inicialmente.
Excesso de documentação – documentação é um dos fantasmas em projetos de TI, isso porque o bom senso muitas vezes não é usado. E quando a equipe do projeto tem grande preocupação em documentar ou a metodologia usada tem como base a geração de documentos para tudo, um risco que aparece é o excesso de documentação, onde podemos ainda estar realizando a análise de risco e o prazo do projeto já ter acabado. Uma das medidas para evitar tal prática é sempre averiguar a importância que a documentação terá para o projeto e o que será documentado e o que não será. Lembrando que mais importante do que documentação gerada é software funcionando.
‘Achômetro’ – por último umas das práticas mais utilizadas não somente em projetos de TI, mas como também na nossa vida. Afinal, o ‘achômetro’ tem como base o conselho que segundo o texto de Mary Schmich, que foi transformado em um discurso musicado por Pedro Bial com o nome Filtro Solar:
Conselho é uma forma de nostalgia. Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo, repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale. (“Advice, like youth, probably just wasted on the young”- Mary Schmich)
Devemos usar o ‘achômetro’ somente em momentos que realmente não teríamos como obter um histórico de dados, como por exemplo, no primeiro projeto de uma recém criada empresa. Sempre que possível, precisamos justificar as nossas ações e estratégias com base em informações e não na opinião própria ou de outras pessoas.
Aqui chego ao fim das 3P, mas com certeza há ainda muitas piores práticas de projetos que não foram citadas. Por isso, caso alguém queira colocar alguma prática que vivenciou ou conhece, por favor sinta-se à vontade. O seu comentário será bem-vindo!
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Fonte:
Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK); Terceira edição, 2004. Project Management Institute, Four Compus Boulevard, Newton Square, PA 19073-3299 EUA.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/esporte/ult92u450247.shtml